sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Por não conhecer você




Uniformes
(Leoni - Léo Jaime)

Eu ouço sempre os mesmos discos
repenso as mesmas idéias
o mundo é muito simples
bobagens não me afligem

Você se cansa do meu modelo
mas juro, eu não tenho culpa
eu sou mais um no bando
repito o que eu escuto
e eu não te entendo bem

E quantos uniformes ainda vou usar?
E quantas frases feitas vão me explicar?
Será que um dia a gente vai se encontrar?
Quando os soldados tiram a farda pra brincar?

A minha dança, o meu estilo
e pouco mais me importa
eu limpo as minhas botas
não sou ninguém sem elas

Você se espanta com o meu cabelo
é que eu saí de outra história
os heróis na minha blusa não são os que você usa
e eu não te entendo bem

E quantos uniformes ainda vou usar?
E quantas frases vão me explicar?
Será que um dia a gente vai se encontrar?
Quando os soldados tiram a farda pra brincar?

Nota: insight surgido do nada a adequação que essa música denunciou com uma conversa pelo messenger que tive com uma pessoa ontem.
Pessoa esta com quem eu já tive um relacionamento que foi da amizade para um envolvimento emocional mais intenso.
É engraçado, mas existem pessoas que a gente tem a impressão de ter conhecido, de saber muito sobre ela e, na verdade, a gente acaba convencido de que não sabe nada.
Fiquei surpresa. Fiquei muito surpresa com a iniciativa dessa pessoa em vir conversar comigo, assim, como se tal diálogo fosse natural.
Não, não é natural. Longo distanciamento, enfraquecimento dos laços de amizade, fim definitivo do envolvimento emocional mais intenso que um dia aconteceu, e que eu trago no peito com um quê de carinho.
Eu não te entendo bem porque sequer conheço você. Já conheci você, mas o que você se tornou eu desconheço e me recuso a querer conhecer: desdiz de tudo que nos uniu.
Se você vier a ler isso, você a quem este post se refere, por favor, deixe as coisas como estão.
A sua vida não faz parte da minha mais, não tem qualquer relevância pra mim mais e eu quero que a minha vida pra você tenha o mesmo significado.
A minha personalidade permanece inalterada: nunca deixei de ser a mesma pessoa desde o dia em que nasci.
"Poison Heart" ainda é uma música importante pra mim. Por tudo.
Não leve a mal: apesar de tudo o que foi vivido, por não conhecer você, prefiro manter a distância que já vinha sendo mantida anos antes.
Eu sei que você me entende.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Marília está aqui de passagem. Num mundo que não é nem meu e nem seu.

http://www.youtube.com/watch?v=miJXlOXvpao

Bom senso
(Tim Maia)

Já virei calçada maltratada
e na virada quase nada
me restou a curtição

Já rodei o mundo quase mudo
no entanto num segundo
este livro veio à mão

Já senti saudade
já fiz muita coisa errada
já pedi ajuda
já dormi na rua
mas lendo atingi o bom senso
a imunização racional.


Nota: primeiro post de 2011 e há sempre muito a ser dito.
Engraçado, mas tenho a impressão de que essa música faz parte da trilha sonora de "Verônica", filme brasileiro estrelado por Andréa Beltrão e Marco Ricca, cuja trilha sonora é assinada por Branco Mello e Emerson Villani.
Conversando com duas amigas amadas na sexta-feira, uma delas citou a primeira frase da letra dessa música e eu guardei na memória pra depois ouvi-la, porque achei de uma densidade imensa...
Penso eu que não há quem ouça essa música e não se identifique, por sua simplicidade e veracidade.
Quem vive, insiste, persiste, dá murro em ponta de faca, passa recibo, ama e dá vexame (obrigada, Roberto Freire) sofre, encontra conforto nas pequenas coisas e em pessoas que muito representam, acha quase que por acaso respostas que passamos a vida inteira procurando em pequenas mensagens, em outdoors, em cartões, em livros, pensa, reflete, devaneia e divaga sozinho, imerso na própria solidão ou até mesmo na própria felicidade.
Vivendo, a gente sente saudades, sim... De tudo o que foi e tudo o que deixou de ser. Tudo que é memória e tudo que é quase memória (obrigada, Carlos Heitor Cony). Pede ajuda quem tem humildade e consciência da própria impotência diante de determinadas situações: todo mundo precisa de ajuda. Há quem peça e há quem não peça. Há quem se liberte e há quem se contente em permanecer enclausurado na própria angústia ou no próprio orgulho, que igualmente maltrata e consome.
Tive ontem uma conversa maravilhosa com uma amiga que amo muito e, entre outras coisas, disse o seguinte:
"Marília ouviu muito "Sentado à beira do caminho"
Marília ouviu muito "Flores do mal"
Marília ouviu muito "Ainda lembro"
Marília ouviu também "Não se esqueça de mim"
Marília ouvia e chorava rios de lágrimas
lágrimas sem recurso
mas Marília sabe que tudo se ajeita
Marília não tem más intenções
Marília fez de um tudo pra que tudo desse certo
Marília não é Deus
e o mais importante: MARÍLIA ESTÁ AQUI DE PASSAGEM
num mundo que não é nem seu e nem meu"
As referências na terceira pessoa são dedicadas a ninguém menos que outra amiga amada (obrigada, Fernandinha!).
Que 2011 prospere e muitas e muitas reflexões se façam presentes nesse blog.
O que desejo é o de sempre: saúde. Paz. AMOR. AMOR. AMOR.
Bom senso, discernimento e plenitude pra todos nós.