Futuros amantes
(Chico Buarque)
Não se afobe, não
que nada é pra já
o amor não tem pressa
ele pode esperar em silêncio
num fundo de armário, na posta-restante
milênios, milênios no ar
E quem sabe, então, o Rio será
alguma cidade submersa
os escafandristas virão explorar sua casa
seu quarto, suas coisas, sua alma, desvãos
Sábios, em vão, tentarão decifrar
o eco de antigas palavras
fragmentos de cartas, poemas, mentiras, retratos
vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
que nada é pra já
amores serão sempre amáveis
futuros amantes, quiçá
se amarão sem saber
com o amor que eu, um dia,
deixei pra você.
Nota: foi uma conversa que eu tive com a minha gêmea que me trouxe à memória imediatamente essa música, devido ao fato de ter sido usada por ela a expressão "no fundo de um armário".
E é no fundo de um armário que agora, representativamente, está o afeto que se encerra.
Não vou falar em "coisas jogadas fora", porque acho isso agressivo e doloroso demais, sinceramente. Nada aqui é digno de ser jogado fora. Eu não vou jogar nada fora.
Não quero mais falar sobre isso.
Bela canção!
ResponderExcluirGostei da forma como aborda que crê no amor!
Bem bacana!
o/
Te seguindo!
Beijo!