sábado, 12 de março de 2011

A menina do lado

http://www.youtube.com/watch?v=xEFs0TEUD6g

Nem cinco minutos guardados
(Sérgio Britto - Marcelo Fromer)

Teus olhos querem me levar
Eu só quero que você me leve
Eu ouço as estrelas conspirando contra mim
Eu sei que as plantas me vigiam do jardim

As luzes querem me ofuscar
Eu só quero que essa luz me cegue
Nem cinco minutos guardados
Dentro de cada cigarro
Não há pára-brisas pra limpar
Nem vidros no teu carro

Meu corpo não quer descansar
Não há guarda-chuva contra o amor
O teu perfume quer me envenenar
Minha mente gira, gira
Como um ventilador
A chama do teu isqueiro
Quer incendiar a cidade
Teus pés vão girando igual
Aos da porta-estandarte

Tanto faz qual é a cor da sua blusa
Tanto faz a roupa que você usa
Faça calor ou faça frio
É sempre carnaval no Brasil

Eu estou no meio da rua
Você está no meio de tudo
O teu relógio quer acelerar
Quer apressar os meus passos
Não há pára-raio
Contra o que vem de baixo

Tanto faz qual é a cor da sua blusa
Tanto faz a roupa que você usa
Faça calor ou faça frio
É sempre carnaval no Brasil.

Nota: a primeira gravação dessa música foi feita no acústico MTV, no ano de 1997, sucesso de vendas.
Antes de começar a cantar, Sérgio Britto cita uma frase de Luiz Melodia na qual ele brilhantemente diz: "Carnaval, Carnaval, Carnaval... eu fico triste quando chega o Carnaval".
Eu adoro essa música...
Acho poética, suave, melódica e ao mesmo tempo muito intensa.
Linda, linda, linda...
Não é por acaso que essa música ilustra esse post de hoje: ela não tem saído da minha cabeça.
O Carnaval desse ano, definitivamente, pela sua atipicidade e intensidade, muito significou... MUITO significou.
Eu sou a menina do lado. A menina do quarto ao lado.
A moça de expressão fechada, que se incomoda com o barulho alheio e reclama, mas que é compreensiva, aceitou as desculpas que você pediu e mostrou todo um lado quente e doce, tão guardado, tão abafado, tão sufocado...
A moça que fuma na janela com a amiga, com quem divide o quarto.
A moça da gargalhada escandalosa, gostosa.
A moça do olhar distante, de poucas palavras, que desperta atitudes, provoca sensações e não decepciona (definitivamente, não decepciona).
Aquela moça que ele não sabe se verdadeiramente se chama Marília, se tem a idade, a profissão e a origem que informou...
É... aquela moça...
Mal sabe ele a mulher que habita as formas da moça que ele conheceu.
Ela não imaginaria que os desdobramentos seriam esses...
E assim, foi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário